O homem que confessou ter matado o médico Renan dos Santos Tortajada, 35, e uma testemunha do crime em Umuarama, é morador da cidade de Goioerê. Ele foi preso ainda em situação de flagrante dirigindo o carro da vítima e está recolhido na carceragem da Cadeia Pública local à disposição da Justiça.
Guilherme da Costa Alves tem 26 anos de idade. Após sua prisão pelos homicídios, a polícia descobriu que ele já era procurado pela Justiça por roubo, uso e tráfico de drogas. O homem de 18 anos que estava com ele no momento da abordagem policial não tem participação nos crimes, segundo o delegado Leonardo Martinez. Ele foi ouvido e liberado.
Novas informações sobre a ocorrência foram prestadas na noite desta domingo (19) pelo Delegado-Chefe da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama, Gabriel Menezes e pelo Delegado Operacional Leonardo Rodrigues Martinez. Isto, após a tomada de depoimento do suspeito e o indiciamento dele pela suposta prática do dos crimes.
Fatos
A Polícia Civil de Umuarama foi informada do desaparecimento do médico Renan Tortajada por volta de 16h de sábado (18). Familiares haviam ligado no telefone celular dele e uma mulher atendeu à chamada. Ela havia encontrado o aparelho jogado próximo ao Lago Aratimbó. Com essa informação, o sistema de videomonitoramento da Umutrans foi consultado. O veículo do médico, um Honda Civic de cor chumbo foi flagrado circulando pela cidade com um homem suspeito na direção, usando cigarro. O médico não era fumante.

Familiares e amigos do médico se deslocaram de Maringá para Umuarama para auxiliar nas buscas. As polícias Civil e Militar, além da Guarda Municipal intensificaram as ações, inclusive na madrugada de sábado.
Um corpo na estrada
Ainda na noite de sábado, por volta de 23h, um morador de Maria Helena comunicou a polícia sobre a presença de um veículo suspeito que parou na Estrada Bordini, e algo estranho foi retirado do porta-malas e deixado próximo a um carreador.
Imediatamente policiais foram conferir e se depararam com um corpo masculino, com vestes femininas. O delegado Gabriel Menezes diz tratar-se de um homem de 43 anos, mas sua identidade não foi divulgada oficialmente. Familiares do médico desaparecido não reconheceram o corpo como sendo o dele. E o mistério continuou.
Já no domingo, por volta de 11h20, o veículo do médico foi localizado e abordado por uma equipe da PM no cruzamento da Rua Maristela com a Avenida Duque de Caxias (Praça Anchieta). O motorista Guilherme Costa Alves e o passageiro foram presos. Logo em seguida Guilherme confessou dois crimes e indicou onde estava enterrado o corpo do médico, em uma cova rasa no Bosque Uirapuru – lateral do Estádio Municipal.
Encontro
Guilherme disse em depoimento ter conhecido a vítima por aplicativo de telefone celular. E o encontro foi marcado para a noite de sábado. Na versão dele, houve desentendimento entre ambos e o médico foi agredido com socos e atingido por pedradas. Durante a ocultação do cadáver, apareceu o homem de 43 anos, que presenciou os fatos. Preocupado, Guilherme disse ter perseguido a testemunha e a atacado com pauladas até a morte. Depois, colocou o corpo no carro do médico e o desovou em Maria Helena.
Na manhã de sábado Guilherme foi para Goioerê. O Notebook, cartões e documentos do médico ele teria deixado com uma pessoa, em Quarto Centenário. Retornou a Umuarama com o colega e foi localizado e preso. No porta-malas do veículo havia sangue. A parte danificada teria sido um abalroamento em um carro estacionado na saída de Maria Helena.
Caminho do médico
Quanto ao médico, ele saiu de Toledo, onde trabalhava, com destino a Maringá, para visitar os familiares no feriadão de carnaval. Passou por Umuarama, encontrou-se com Guilherme e foi assassinado. Em depoimento na Polícia Civil, Guilherme disse ser membro da facção criminosa Comando Vermelho. Segundo o delegado, sobre ele foi imputado os crimes de homicídio qualificado, por duas vezes, e ocultação de cadáver, por duas vezes, pela modalidade do flagrante presumido (art. 302, IV, CPP).
Ainda sobre Guilherme pesa a suspeita de ele ter tentado na madrugada de sábado assaltar uma mulher de 67 anos, na Rua Montevidéo – Jardim Shangri-la. Ao perceber que ela não portava objetos de valor, ele a dispensou. As investigações seguem no sentido de esclarecer outros detalhes sobre os crimes praticados.
Atuação em Toledo

- Editoria Milênio
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