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segunda-feira, 28/04/2025
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Agroindústrias fechadas impactam desemprego em Umuarama

(Editoria)

Averama e Usina Santa Terezinha – as duas maiores agroindústrias de Umuarama – suspenderam suas atividades e dispensaram centenas de trabalhadores. Os números impactaram no índice de desemprego local e atingiram algumas cidades próximas que também ofereciam mão de obra. E a recuperação dos postos de trabalho está sendo lenta em função da fase da recuperação da economia.

Depois de 20 anos de atividades em Rondon e Umuarama, a Averama desativou seus frigoríficos de aves, em meados de 2016. As duas unidades tinham capacidade para abater 300 mil aves/dia, com dois turnos de trabalho. A meta da diretoria era ampliar esse número para 500 mil, e consequentemente as vagas de empregos, o que não foi possível em virtude de diversos fatores alegados. O grupo era formado por matrizeiros, incubatórios, granjas, fábricas de rações e rede logística própria. Chegou a exportar seu produto frango para 20 países.

Quanto aos empregos, a Averama chegou a gerar 3 mil postos diretos e outros 15 mil indiretos nas duas unidades. A demissão de 1.500 colaboradores em Umuarama prejudicou famílias inteiras e muitas pessoas ainda aguardam receber indenizações trabalhistas a que tem direito. Bens patrimoniais foram disponibilizados pela empresa para serem leiloados pela justiça e quitar dívidas. O processo é considerado lento. Algumas negociações foram feitas entra e as partes. Em Rondon, foram 900 demissões. O comércio local sentiu os efeitos acentuados da crise.

No final do ano passado, 42 lideranças do Paraná publicaram um manifesto de apoio na tentativa de reverter na Justiça o processo de falência do Grupo Averama. O objetivo é fazer com que a agroindústria retome suas atividades, gerando emprego e renda para a região. No documento, o prefeito (eleito) de Umuarama, Celso Pozzobom, declarou que o prejuízo do município com o fechamento da empresa seria da ordem de R$ 3,5 milhões/ano, montante que foi corrigido mais tarde e estimado em R$ 4,5 milhões. Mas diz acreditar que a ‘solução para a Averama está próxima’.

O manifesto cita que o Poder Judiciário de Cidade Gaúcha foi induzido ao erro por ação de credores, e o equívoco precisava ser reparado urgentemente. O caso agora tramita em instância superior e o desfecho é aguarda com muita expectativa. Considera que o imediato levantamento da falência e a retomada das atividades é medida urgente e necessária, tanto para se evitar o sucateamento da estrutura instalada quanto para possibilitar que a região de Rondon e Umuarama se beneficie da retomada da economia. Relata que a Averama quebrada é garantia de prejuízo para fornecedores, bancos e trabalhadores. “É grande ilusão achar que leiloar a infraestrutura da empresa e até o patrimônio dos sócios será suficiente para saldar a dívida com credores”, diz o texto. E salienta a importância da empresa para todo noroeste e também para o Paraná, já que a avicultura e o abate de aves movimentam uma série de setores da cadeia produtiva, indústria e comércio com os consumidores finais.

O empresário Célio Martins Filho, presidente do Grupo Averama, disse na época que a empresa encerrou suas atividades em função dos altos custos de produção. Principalmente de insumos agrícolas que, segundo ele, subiram cerca de 60% entre 2014 e 2015. Também, a energia elétrica, que teve alta de 50%, o que inviabilizou o negócio. Ele lamentou o fato e afirmou não ter tido alternativa.

Usina paralisada

O Grupo Santa Terezinha é um dos mais fortes no setor no Brasil, possui 14 usinas e aproximadamente 16 mil funcionários. Mas no início deste ano, anunciou a paralisação temporária da unidade de Umuarama, por dois anos. A medida pegou muita gente de surpresa. A decisão foi comunicada oficialmente pelos empresários Cláudio e Júlio Meneguetti ao prefeito Celso Pozzobom e ao deputado federal Osmar Serraglio.

O motivo alegado para a suspensão das atividades é a falta de matéria-prima. Os diretores informaram que existe um planejamento para renovar os canaviais da região, aumentar a produção e retomar a moagem de cana em 2010, recuperando parte dos postos de trabalho que por hora estão sendo eliminados. A empresa informa que emprega 900 trabalhadores no pico da safra. Pelos cálculos da prefeitura, o município deixará de receber R$ 1 milhão/ano ICMS. Os reflexos na arrecadação ocorrem dois anos após.

Cerca de 200 trabalhadores da usina que tiveram os contratos de trabalho encerrados estão sendo indenizados. A cana que era processada nesta unidade passará a ser moída em Ivaté – a pouco mais de 30 quilômetros da unidade local. Segundo o prefeito Celso Pozzobom, “trata-se de uma empresa séria, que sempre honrou seus compromissos, e a suspensão das atividades é uma decisão técnica, tendo em vista a falta momentânea de matéria-prima”. Segundo ele, os diretores viram a necessidade de reorganizar a produção e acredita que a unidade reiniciará a moagem já em 2019, voltando a gerar empregos e divisas para o município.

O grupo liderado pelos Meneguetti assumiu o controle da Usina Costa Bioenergia em 2013 e vinha mantendo a produção regularmente. A dúvida agora é sobre a retomada das atividades na unidade de Umuarama no prazo de um ano. Em São Tomé, a previsão da empresa de voltar a operar na unidade local não se confirmou. A usina adquirida em 2006 permaneceria fechada somente em 2017. Mas o complexo industrial continua desativado. A produção está sendo processada em Tapejara e Rondon e 500 funcionários perderam o emprego.

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Usina Santa Terezinha em Umuarama: Produção paralisada até 2019.

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Produção de cana de açúcar será processada na Unidade de Ivaté.

Foto: JTM | Complexo Agroindustrial da Averama, desativado há mais de um ano.
Foto: JTM | Setor de Silagem da Averama foi arrendado para outra empresa.
Foto: JTM | Máquina colheitadeira de cana-de açúcar. Ao fundo, a usina paralisada. 

Foto: Equipamentos agrícolas sem atividades.
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