Profissionais do Centro Pop de Umuarama realizaram uma ação especial de abordagem na manhã desta sexta-feira (10), oferecendo apoio e acolhida aos indígenas, de passagem pela cidade. Uma equipe foi até o terminal rodoviário urbano, onde há no momento cerca de 30 adultos e crianças da etnia Caingangue, vindos da aldeia Rio das Cobras, em Cascavel.
Havia denúncias de que as crianças estariam ‘pegando rabeira’ em ônibus e caminhões, além de estarem circulando entre automóveis, expondo-se a riscos de graves acidentes. “Nosso objetivo é oferecer orientação, instruir sobre os perigos que a cidade oferece, principalmente ali naquela região onde eles passam seus dias, em meio a um trânsito de grandes veículos, expostos e vulneráveis”, comentou Roger Giopatto, coordenador do Centro Pop.
A equipe multidisciplinar, formada por educadores e psicóloga, além do coordenador, dialogou com representantes do grupo, falando sobre os serviços oferecidos pelo Centro Pop, como banho, espaço para guarda de pertences e alimentação. “Temos toda uma estrutura preparada para acolhida dessas pessoas, que sempre disponibilizamos para tentar retirá-los das ruas, porém é um trabalho que fazemos sempre com muito cuidado. Mostramos que o Centro Pop é um local onde eles podem buscar apoio”, conta.

Porém, o coordenador observa que há sempre muita resistência por parte dessa população indígena em aderir a estes espaços, por conta de regras e organização que precisam ser seguidas, como os horários e proibição do consumo de álcool. “Eles têm grande quantidade de bagagem, que fica depositada ali no terminal urbano. Trazem inclusive materiais para fazerem seus artesanatos, suas cestarias e dizem que preferem ficar ali, para cuidar. Insistimos para que não exponham suas crianças, que não os levem para as ruas para vender artesanato, mas é uma situação difícil de ser resolvida”, pontua a psicóloga Francielle Nelli Palma.
O Centro Pop tem parceria com a Apromo, que oferta dois espaços no município, com pouso, higiene pessoal e alimentação gratuita, com dormitórios e banho quente. “Respeitamos a questão da cultura indígena, que talvez não veja o quanto eles – e principalmente suas crianças – estão vulneráveis, realmente expostos a perigos”, aponta Francielle.
Atividades de apoio

Aproveitando a interação com os Caingangue que estão em Umuarama, profissionais do Centro Pop prepararam uma tarde toda especial para as crianças indígenas, com lanches, doces e brincadeiras, tudo monitorado por profissionais de assistência social. “É uma forma de aproximá-los aqui do Centro Pop, além de proporcionar momentos de diversão para essa criançada que, na maior parte do dia, não tem tempo ou oportunidade de brincar e realmente ser criança”, analisou Sandra Prates, chefe da Divisão de Proteção Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social.
- Assessoria