O Tribunal do Júri da Comarca de Iporã (14 mil habitantes) condenou terça-feira (11), a 20 anos e 3 meses de reclusão um homem acusado da prática de homicídio com quatro circunstâncias qualificadoras (feminicídio, motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima).
Segundo as investigações, a vítima identificada como Gisele Aparecida Soares, 31 anos, foi assassinada pelo simples fato de falar com outra pessoa no celular, e despertar ciúme do companheiro que havia rompido relacionamento.
O crime ocorreu em 13 de março de 2017, uma segunda-feira, em um aviário localizado na zona rural de Iporã. O homicida, ex-companheiro da vítima na época, usou um pedaço de madeira para atingir a cabeça da mulher, que sofreu vários golpes e foi a óbito no local.
No entendimento do Ministério Público, que atuou no júri por meio da Promotoria de Justiça da Comarca, o crime foi praticado por “razões da condição do sexo feminino, com violência de gênero”. A tese do MP foi acolhida pelos jurados. Foi o primeiro julgamento de réu acusado de feminicídio no município, e resultando em condenação.
Residente em Cianorte, Gisele teria aceitado o convite do ex, para ir ao sítio onde trabalhava, no sábado anterior aos fatos. Ela estava acompanhada pelas filhas de 5 e 7 anos (de outro relacionamento), que em seguida foram localizadas em Nova Olímpia, na casa dos pais do autor do violento homicídio. Ele teria deixado as crianças na casa e fugido.

