O professor, escritor e filósofo Mario Sergio Cortella é o mais novo Cidadão Benemérito do Paraná. O título outorgado foi entregue ao final da tarde de segunda-feira (3), durante Sessão Solene realizada na Assembleia Legislativa do Paraná. A homenagem atendeu a uma proposição da Comissão de Defesa dos Direitos da Juventude, presidida no Legislativo estadual pelo deputado Paulo Litro (PSDB).
Cortella falou sobre o orgulho de ser paranaense, das frequentes visitas que faz ao estado até para conhecê-lo mais profundamente, e disse que recebia a homenagem da Assembleia Legislativa como um afago, “muito honrado e obeso de alegria”: “Uma das coisas boas dos tempos atuais é ser considerado benemérito”, acrescentou, observando que nasceu em Londrina, morou algum tempo em Marialva e Maringá, voltou a Londrina e de lá saiu aos 13 anos.
Recordou que em boa parte de seus 38 livros publicados há algum tipo de referência ao estado natal, à sua terra e à sua cultura. No último livro, que marca os trinta anos de sua carreira como escritor, ele cita a professora Mercedes, que o alfabetizou no Colégio Hugo Simas.
Também afirmou que a reflexão filosófica é fundamental nestes tempos de tecnologia desenvolvida: “ Por incrível que possa parecer, a tecnologia fez com que o interesse pela matéria ficasse mais evidente. A filosofia indaga o mundo e ajuda a evitar que tenhamos uma vida robótica e alienada”.
Reconhecimento
Segundo o deputado Paulo Litro, a Comissão de Defesa dos Direitos da Juventude propôs a concessão do título por reconhecer a grande importância que o professor Cortella e a sua obra têm na atualidade, principalmente para a juventude. Segundo o parlamentar, a didática e a inteligência do mestre rompem com formas arcaicas de ensinar Filosofia, atraindo a atenção de todos que assistem a suas palestras, leem seus livros ou ouvem seus comentários sempre brilhantes, nos meios de comunicação”.
Aproveitando a afirmação do professor, de que procura fazer do ensino da filosofia uma coisa simples, “mas não simplória”, atribuiu à simplicidade e capacidade de aplicar essa ciência aos fatos do cotidiano a grande empatia que Cortella estabelece principalmente com os jovens.
O deputado Tiago Amaral, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Juventude, também fez questão de saudar o homenageado, ressaltando que o trabalho do professor era motivo de grande orgulho para os seus conterrâneos. Seguiu-se também uma manifestação do deputado Professor Lemos, que realçou o trabalho do educador, sempre empenhado, com muita sabedoria, na defesa e na valorização da classe dos professores.
Paranaense
Mario Sergio Cortella nasceu em Londrina, em 5 de março de 1954. Chegou a viver em um convento da Ordem dos Carmelitas Descalços, entre 1973 e 1975, mas trocou vida monástica pela carreira acadêmica. Graduou-se em Filosofia e fez depois mestrado e doutorado em Educação, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O mestrado se deu sob orientação do professor Moacir Gadotti, enquanto o doutorado teve orientação de Paulo Freire.
Foi professor na PUC-SP, da Fundação Getúlio Vargas e da Fundação Dom Cabral e fez também uma incursão na vida pública como secretário de Educação de São Paulo, na gestão da prefeita petista Luiza Erundina, em 1991/92.
Entre seus maiores êxitos editoriais está O que a Vida me Ensinou, livro em que aborda a morte, a espiritualidade e a importância de se dar razão e sentido à vida. Antes disso, já havia escrito livros em parceria com os teólogos Frei Betto e Leonardo Boff. Outro parceiro foi o filósofo Renato Janine Ribeiro, no livro Política: Para Não Ser Idiota, e Yves de La Taille, no livro Labirintos da Moral. Diversos outros títulos compõem a vasta obra de Cortella, como provocações filosóficas que atingiram sempre sucesso de crítica e de público.
Por conta dos livros, de sua ativa participação em programas de comunicação e de suas cada vez mais concorridas palestras, Cortella virou uma celebridade bem-sucedida em seu esforço de popularizar e democratizar conceitos filosóficos complexos, frequentemente inacessíveis ou pouco acessíveis ao público leigo.
(Assessoria)
