Em Umuarama, são aproximadamente 60 pessoas dispostas a fazerem cirurgia bariátrica, também chamada de redução do estômago ou cirurgia da obesidade. Todas elas iniciam o tratamento nas unidades de saúde e passam por acompanhamento que demora dois anos.
Essas pessoas estão sendo atendidas pela Secretaria de Saúde de Umuarama. Uma palestra com a psicóloga
Avaliação clínica
Débora Baggio, realizada na noite deste terça-feira (25), marcou o início do tratamento de uma nova turma.
Ela contou que o tratamento cirúrgico é uma alternativa terapêutica complementar ao tratamento integral da obesidade, que é prioritariamente baseado na promoção da saúde e no cuidado clínico como um todo. “O tratamento cirúrgico somente deve ser indicado para casos selecionados, com avaliação criteriosa, feita por equipe multidisciplinar baseada nas indicações e contraindicações”, explicou.
Débora ressaltou que a autoaceitação é um caminho longo e muito complicado, mas que vale a insistência. “Mesmo que demore, vai chegar o dia em que cada um de vocês aqui poderá olhar para seu corpo todo e, ainda que não goste dele por inteiro, será capaz de admirá-lo e amá-lo por tudo, principalmente por ser seu”, assegurou.
Segundo a psicóloga, há alguns casos que impedem a realização da cirurgia bariátrica, como em pessoas que tenham limitação intelectual significativa, em pacientes sem suporte familiar adequado, com quadro de transtorno psiquiátrico não controlado (incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas), que tenham doença cardiopulmonar grave e descompensada que influencie a relação risco-benefício, hipertensão portal e doenças imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo que possam causar sangramento digestivo ou outras condições de risco, além da Síndrome de Cushing, que é provocada por produção de cortisol em excesso.
Agenda do cirurgião
A chefe da Divisão de Tratamentos Fora do Domicílio (TFD), Maria José Roque Simões, relata que as bariátricas são feitas aqui em Umuarama e em municípios da 12ª Regional de Saúde que ofereçam o procedimento em Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade. “As cirurgias são realizadas conforme a agenda do profissional e a liberação depende da requisição do acompanhamento multiprofissional”, detalha.
Não há um tempo definido para a liberação das bariátricas, já que os pacientes precisam estar em acompanhamento com equipe multiprofissional (médicos, nutricionistas, psicólogos etc.) por um período de dois anos, conforme Resolução nº 225/2020 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). “Os indivíduos com indicação para tratamento cirúrgico da obesidade são aqueles com obesidade grau III (a chamada obesidade mórbida, quando o Índice de Massa Corpórea é maior que 40 kg/m²) ou obesidade grau II com comorbidades”, explica.
Procedimentos liberados
Carolina Mendonça Felix, assistente administrativa do TFD, destaca que não há na cidade demanda reprimida – ou grande fila de espera – para as bariátricas. “Tivemos o período em que as cirurgias foram suspensas, nesses dois anos em que a pandemia de coronavírus estava com índice altíssimo, agora, com a liberação dos procedimentos pelo Ministério da Saúde e 12ª Regional de Saúde, estamos encaminhando os pacientes para os acompanhamentos necessários e já providenciando os agendamentos com os médicos gastroenterologistas credenciados, que em Umuarama estão no Uopeccan e no Nossa Senhora Aparecida”, esclarece.